terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pequena Morte

Deitado à sombra dos exercícios de minhas sensações, nos instantes subsequentes a minha pequena-morte, resgato as lembranças que ainda me provocam o prazer que me proporcionaste. Ali estou, extenuado, embora não cansado pelo esforço empreendido. Percorrem em minhas veias, nos intervalos estabelecidos do arfar ritmado de meu alento, as tuas provocações que, no cenário imediatamente anterior a nossa união, pude antever e que agora confirmo através do repouso merecido. Ousadia a minha dizer que cumprimos com as nossas expectativas e a confirmação de nosso intento se vê refletida no perfume que ainda exalamos. Neste cenário, espraia-se a denúncia do nosso encontro.
Passados os primeiros segundos, na recuperação das musculaturas que se distenderam, sinto que o traço desenhado entre nossos olhares confirma o movimento da atração e dão indícios de prosseguimento.
Resta-nos, então, eternizar, na tela da alma, isto que jamais se repete. Cabe-nos alimentar, no esconderijo das certezas, a renovação de nossos propósitos. Permitamo-nos, pois, o sonho de criar outras oportunidades de, ao entrelaçar nossos corpos mais uma vez, ressuscitar.

Um comentário:

  1. A "petite mort" é uma das sensações mais sublimes, é um encontro com Deus, creio que deva ser por isso que leva esse nome. Muito bom esse artigo. Abs

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