quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Breve espaço de luta

Diante do espaço em branco, a imperiosa vontade de ajudar me leva a lançar as palavras aqui. O objetivo está claro, a forma é que se encontra difusa! Sei o que devo expressar, mas sem rascunhar (valha-me Deus a era cibernética que aboliu papel-rascunho pela tela!).
O processo da escrita não é automático, mas é, no mínimo, efervescente (e ainda bem que o corretor ortográfico acusa que “efervescente” tem dígrafo!).
Hoje em dia, a escassez das palavras cortadas pela rapidez do teclado, os chats das “solidões” (são tantos os escaninhos do “sozinho” que o neologismo do plural se justifica), os ponteiros arrastados dos relógios e os calendários que voam nos fazem enferrujar o exercício do erro, do ensaio, do romance.
As necessidades das explicações se avolumam e lotam a página de parênteses, de aspas e de letras cursivas... Sem esquecer, é claro, das intercaladas por vírgulas e das reticências...
Um misto (sem a fome do mixto) de alívio de ver as linhas sendo preenchidas e o temor de esvaziar os argumentos de prosseguir. A antiga arte de escrever não morreu, por mais que parcos e parvos nisto tentem acreditar. Serão talvez as inovações e o abismo das sensações de um tempo que fomentam esses pensamentos. Mas, basta entrar numa Mega Store para ver a quantidade de tentativas de livros, consumo de tudo e na peneira da sorte, encontramos algumas boas revelações. Gerações se sobrepõem na velocidade do mercado editorial e da voracidade da auto-ajuda! Não disfarço a percepção dos assassinos da língua e da inteligência humana que se dizem escritores, mas sei também que tal fato não é um atributo exclusivo da modernidade. Também houve, certamente, os que na invenção da imprensa, jogaram palavras no papiro e disseram que escreviam.... Foram esquecidos! Estes de hoje também o serão! Aferro-me a esta crença e dela me alimento!
Entretanto, não fujo ao tema de falar o que me é dado como tarefa. Sinto-me aliviado de ter colaborado com o cansaço do academicismo que exige a norma dos padrões das “ABNTs” da vida e após tal jornada aqui percorrida posso dizer: acho que escrevi!

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