É noite lá fora...
Mas aqui dentro,
Na claridade do meu dia,
Vejo homens de areia fraca
Que escorrem, inexoravelmente
Pelas ampulhetas do Tempo,
Desfeitos... descompostos...
É noite lá fora.
Retomo o meu olhar
Para o esforço das mãos
Estendidas no socorro
A gritar atenção.
É noite lá fora.
Instantaneamente tomado
Pelo arroubo do momento
Faz-se a compreensão exata da forma.
E eis que as labaredas da razão
Arrefecem o incêndio
Da claridade do meu dia.
Ainda que continue a noite lá de fora.
Reconstruo a tênue existência
Daqueles homens:
Vejo-os agora
A transformar o pó
Em cristal obtido
A ferro e a fogo.
Pela mesma chama que intensifica
A claridade do meu dia.
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