terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A ponte

Entre as teias dos meus silêncios transitas e eu, torpe, aferro-me na esperança de que as entendas. Como posso exigir-te as compreensões forjadas em meus esconderijos? Como querer que a linguagem de minhas “não-palavras” se traduza em tuas atitudes, sem sequer deixar claros os objetivos que conformam minhas necessidades? Neste hiato encontramo-nos! De um lado teu esforço e tuas limitações, esmerando-se em me saciar. De outro, eu ansioso na espera das respostas exatas que me satisfaçam. Arre minha angústia! Se quero verdadeiramente que me escutes, devo, antes de mais nada, falar-te ou pelo menos sinalizar-te que caminhos têm meus “mudos-falares”. Não quero gerar abismos intransponíveis. Arde em mim o desejo de lançar pontes possíveis no suor das ações que edificadas assegurarão nosso livre transitar. Eu em tua direção e tu vindo até mim, ali, bem no meio do caminho criado, entre o eco da minha mente e a tua mensagem marcamos nosso encontro, selamos nossa história, aprendemos e ensinamos as nossas línguas mutuamente! Vem! Pois, esforça-me-ei em ir também!

3 comentários:

  1. Sim, as pontes têm que ser criadas para que não se haja abismos intransponíveis e para que máscaras assustadoras demais não possam derrubar-nos no caminho. Excelente texto!

    ResponderExcluir