Pela escuridão da descoberta vai se esgueirando a sensação da vulnerabilidade. Surpreendido integralmente pelas flechas que atravessaram os meus flancos, tombei muito mais por vergonha do que pelas feridas.
Agonizam as certezas que me enganaram construindo uma verdade volátil. Sou frágil também, e dessarte estremeci diante da ameaça de ventania que começou a soprar em mim! Na busca de refúgio, olhos ainda turvos do pó que se levantou, ocupei um espaço diminuto e mal ventilado. Sofro por aqueles que me circundam. Pobre deles!
O esforço respiratório faz-me arfar, aceleram meus caminhos vermelhos e um disparo inoportuno da alternância entre minha diástole e minha sístole me exaure. Rendido, ali bem em frente ao espelho do que pensava ser, devo recomeçar.
Não há mais a paciência do tempo de recuperação e do descanso. Não há mais o apoio das desculpas perdidas, uma vez que os últimos grãos das areias pendem. Não restam alternativas a não ser a única chance de prestar a minha homenagem aos que nesse instante peço perdão! Reconheço!
Reconhecer o erro e pedir perdão não é sinal de fraqueza, ao contrário, é sinal de muita força interior. Parabéns por essa conquista e pelo texto. Vida que segue!
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