É duro quando as exigências do mundo lhe colocam contra a parede e você se vê forçado a atender às solicitações. Não se trata de uma revolução ou rebeldia diante do cotidiano. Não é um protesto nem, muito menos, o cruzar dos braços para as ações que devem ser empreendidas. É, somente, um desabafo e talvez, quem sabe, um convite à reflexão.
Mas a questão é – e ninguém pode duvidar – que por vezes gostaríamos de não ter que cumprir com as requisições, com as cobranças e com as necessidades outras e de outros. Como dizem os poetas: arre!!!!
Sem muita escapatória lá estamos a exercer a função de atendente das urgências alheias. Sim, urgências sim! Para o outro, as suas querelas são sempre “p’ra ontem” e ai de nós se não estamos prontos a ouvir e agir em benefício de quem nos clama. Somos mesquinhos e indiferentes ao gigantesco problema que lhe aflige. Estamos tão frios que somos incapazes de enxergar o imenso maremoto onde se encontra o solicitante. Verdadeiramente somos maus.
Pois quem de nós aqui nunca sofreu desta acusação? Quem, entre todos, não se deixou levar pelo alarido e terminou por se redimensionar na tentativa de auxiliar a quem, na descrição dos atos e fatos, criou quimeras sem tamanhos?
Então, meus nobres, hoje, não serei surdo aos apelos, mas confesso, de antemão, que não estava com a menor vontade de escrever. Entretanto, aí vai mais um devaneio.
Lembre-se: não se deixe cobrar tanto. Não porque a cobrança perca seu sentido, mas recorde-se sempre da sua condição também humana de falhar, não por ansiar o erro, e sim por se dar conta que não somos competentes de gerir socorro cem por cento do tempo, até porque, cá entre nós, nem de tempo entendemos.
Nossa Daniel dá pra escutar sua voz lendo este texto, engraçado isso, mas é verdade, cobramos demais dos outros e damos migalhas ao mundo. Lindo texto como sempre!
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