Série Binômios – I
Nem todo homem moral é ético. O primeiro cumpre com as convenções (e pode cumpri-las muito bem), mas isto não significa dizer que pensa de acordo com o que faz. O ético certamente vive muitos conflitos por estar a todo instante pesando e sopesando a realidade circundante e o mundo interno das suas convicções. O moral move o mundo quando o ético coincide com ele. O ético tem que gerar uma força gigantesca para acionar as mudanças quando o ser simplesmente moral não fala a mesma língua que a sua.
O humano ético não se decepciona no que o alimenta, ele se dilacera, sim, ao se ver em situações discrepantes e aviltantes. Não muda a ética, mas silencia a moral. Ao contrário, o agente moral, se não se der conta da natureza ética, pode infringir as regras internas sem que com isso se sinta condenado. Pode, inclusive, não fazer por mal, mas pode ocasionar o mal a outros.
Uma peleja se dá quando o homem moral percebe que deve dar ouvidos à ética e, por consequência, tem que reformular a sua visão de mundo. Ferir-se não seria uma surpresa, mas estará, com absoluta certeza, no escopo da evolução. Em outras palavras, o moral dará lugar, mais cedo ou mais tarde, ao ético. Não vale, portanto, a pena sofrer: reconfigure-se!
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