terça-feira, 24 de abril de 2012

Teatro de Operações


Sempre pronto o campo de batalha. O vento só espreita a chegada dos que ali lutarão! Independente de ser sol escaldante, noite fria ou dias chuvosos. De um lado, o que vive externo de mim, do outro, o oponente interno de mim mesmo. O primeiro grita pelo que lhe circunda e tenta minar a sua fortaleza. O outro silencia entendendo que a economia das forças é a aliada para a vitória. Aquele que é sempre percebido pelos olhos de terceiros tem que captar o mundo circundante e dar conta dele. Abate-se algumas vezes com as questões e as vicissitudes. Compreende que nem tudo é perfeito e inclusive treme diante de tamanhas complicações.
O outro, aquele mais fechado e ensimesmado, esforça-se por se manter em paz.
Lá fora, o vendaval redesenha os contornos, refaz os projetos, derruba as certezas, em fim, constrói o irregular e não abre mão de manter o previsível. Por sua vez, o combatente interno municia-se para não crer nos solapos exteriores. Sabe que a paz não é o resultado dos conflitos e esforça-se em se manter de pé.
Lá um “eu” sacudido pelas intempéries. Aqui outro “eu” ciente de que nada do que é gerado no plano da matéria é capaz de ser a condicionante do equilíbrio. Só me faltava essa: ter que consolar o meu debatedor a todo instante e, no final das contas, carregá-lo para o meu universo. Não há como retroceder nem pode vacilar a mão que ergue a espada do bom combate! Viva o exemplo Arjuna.
Vamos a isto então!

2 comentários:

  1. Meu amigo lindo e escritor supimpa, como diriam os antigos, que sabiam louvar um bom escritor bem mais do que nós...Beijocas.

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