Há momentos em que confundo rabiscos com rascunhos, mas um outro
tantão de vezes o que faço é intencional mesmo e não estou
iludido entre o que deliro e o que me faz tremer. Coisas diferentes
são essas sensações. Tão díspares que, ao menor sinal de
interseção, eu paro e espero que as pretensas confusões se
amainem. Elas, por si só, seguem seus rumos.
Os ensaios minimizam os meus riscos, mas não conseguem me proteger
na totalidade, pois não há como contar com o inesperado que, do
nada, surge.
Entretanto, em determinadas situações, o que faço, na
verdade, é permitir o exercício do inconsciente para transferir
para o alvo as questões insondáveis da alma. Nem são abismais, e
muito menos rasteiras, as minhas divagações. Elas não entram no
escopo da profundidade. Eu não as julgo por isso. Coloco-as na
avaliação, sim, quando devem atender as minhas necessidades mais
prementes. Se de forma rápida, alongada, funda ou rasa, não me
importa, desde que cumpram com os seus papéis de seladoras dos
vácuos que em mim percebo.
Do que falo? Aff! O que estou tentando dizer (será que consigo?) é
que no transcurso das horas eu busco estar vivo!
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