Certa vez ouvi de alguém que gosto
muito que “hoje é dia de nada”. Crendo que é o melhor que
podemos fazer, hoje sendo dia de nada me sinto desobrigado a
convenções e cumprimento de normas socialmente impostas. Deparo-me
livre para poder deixar que o dia transcorra sem a pressão das
horas, sem o engolfamento do tempo, sem o sufoco da correria dos
atalhos.
Isto posto, hoje é dia de me dedicar
a mim e revisitar minhas próprias entranhas. Não será a
oportunidade de dizer ou explicar, justificar ou argumentar.
Definitivamente hoje não darei voltas na minha cabeça buscando
palavras para não ofender, ideias para convencer e não amarrarei a
cara na contrariedade do que possam querem me exigir. Não desistirei
pesarosamente dos compromissos e muito menos abdicarei de qualquer
convite (dos mais prazerosos aos mais enfadonhos), até porque hoje
não os terei.
Hoje é dia de nada. Não me culparei
por nada fazer, afinal de contas, não estou dizendo que hoje é dia
de fazer nada. Digo sim que hoje é dia de nada. Nada do que
cotidianamente me assola, me oprime ou me deixa tonto por “ter
que”. Se essa sensação se chama liberdade eu não sei, mas que me
soa como desanuviação e me proporciona um dia de tranquilidade, lá
isso é verdade.
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