terça-feira, 31 de janeiro de 2012

No nascer do dia


Borbulhavam as espumas do mar, não pela agitação ou violência além do normal. Rompiam os limites de longe, chegando até a tênue linha entre as derradeiras ondas e a areia, e ao arrebentarem das alturas traziam consigo a melodia produzidas do mais recôndito das conchas-tritões.
Uma dança mágica que a poucos olhos atentos entretém. O aroma suave marinho espalhado pelo ar, a coloração forte azulada, com os bordados brancos aperolados que parecem rosários desfiados por mãos habilidosas. Brisa suave a desenhar na superfície delicadas contornos espirais na harmonia do ambiente. Toda paisagem se vê emoldurada pelo fundo de tela rosáceo dos primeiros aventureiros raios solares.
Sentado ali no pequeno arrimo que serpenteia a praia, meus pés, roçando o espelho d'água e meus olhos a fitar o horizonte, vejo leva-se das brumas de minhas lágrima a figura esquia e bela, coroada pelo divino existir. Sussurro para mim e ela me ouve: “Odoyá!”

Um comentário: