Reitero a minha necessidade de não estar condicionado a pautar meu comportamento em primeiro lugar pelo temor do erro. Ainda não me deram uma explicação plausível para que eu, ou qualquer outro ser humano, tenhamos que nos desdobrar nas atitudes considerando antes de tudo o que não devemos fazer. Cresci – e se cada um quiser também tomar para si o meu discurso – crescemos fomentados pelos efeitos que o pecado pode ocasionar na vida de um “digno” ser vivente. Razões até encontramos, sejam elas de cunho religioso (dogmático mesmo) ou motivos sociais de imperiosa vontade de controle. Mas o fato é: Por que para ser reconhecido como humano não me basta agir somente pelo prazer das ações ou o de bem-estar colaborativo em termos de humanidade? Quem me poderia justificar que antes de dizer o que é bom, precisamos construir a ideia do ruim?
Depois de tantas associações com o que se desenha de inferno para os transgressores, não quero chegar à conclusão de que o homem é bom não porque dele nasça essa prática, e sim porque ele teme ter que transitar entre os portais do purgatório e o fogo do inframundo. Não pode ser assim tão direta a questão! Ora, faço o bem não pela convicção, mas pelo susto do risco. Não quero acreditar que seja assim.
Desculpem-me a indignação, mas ser comedido, desapegado, desprendido, amável, alegre, empenhado e modesto não deveriam ser as medidas de seus opostos e sim, a bandeira a sinalizar a construção das interrelações.
Ainda restará um fio de esperança enquanto houver, ao menos, um entre nós que, de tempos em tempos, venha ao mundo a desafiar a força do instaurado e, quase martirizado, propuser a revisão dos conceitos. Não tem jeito, pensarei assim sempre!
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