Piso suavemente os versos da poesia. Por entre verbos, adjetivos e rimas meus pés se guiam para que não perca o passo nem o ritmo estabelecido por cada um. Não me tomem por herege e muito menos por soberbo, achando eu que posso ser superior. Ao contrário, minha pequenez me faz avançar, na vida, sustentado pela força das palavras cautelosamente são colocadas em cada linha. Altivo são os poetas que souberam dizer o que minh’alma sempre quis expressar. Ousados são eles que sem receio ou a preocupação dos derrotados esculpiram os degraus por entre os que caminho. Reconhecemos-lhes o valor, pois, ao lançarem no alvo branco da expressão o que lhes conforma o íntimo, não tinham por primeira opção a aceitação e muito menos a obrigação de agradarem a terceiros. O que verdadeiramente sempre lhes impulsionou – e peço permissão ao pleonasmo da emoção para dizer – foi a imperiosa vontade de entenderem-se a si mesmos, como o faço tão modestamente neste desabafo!
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