Um tanto quanto afoita e gananciosa, achando que o empenho das ações
a faria mais poderosa e assistida, certa feita, a Dama de Copas
resolveu garantir a plenitude de sua estabilidade e segurança
afetivas. Com o ardil da rapidez, recolheu os ícones dos quatro
naipes existentes e providenciou um afiado estilete que, com precisão
cirúrgica, abriu em cruz os desenhos de Paus, Ouro, Espadas e Copas.
O resultado era previsível: cada forma estava agora composta por
quatro pedaços. Tomou para si um quadrante de cada naipe e,
juntando-os, “inventou” um novo símbolo. Estava criado um novo
naipe seu. Só seu!
Era hora de aproveitar a genial ideia. Entretanto, como o nascimento
era fruto de um esquartejamento (ainda que havendo aproveitado o que
cada um tinha de mais harmônico), não encontrou a pobre senhora eco
entre os demais integrantes do baralho. Não havia nas redondezas
nenhum outro modelo que pudesse se aproximar daqueles contornos. Nem
mesmo ela estampava a inédita heráldica em sua bandeira!
Se anteriormente afastara-se dos seus e desdenhara o restante, tudo
em prol de uma necessidade que não mediu as consequências, agora
jazia solitária. O desfecho não foi outro a não ser entristecer-se
em seu isolamento da tentativa de um ineditismo que não encontrou
parâmetros. Entendeu, na dor da própria carne, que a felicidade não
é necessariamente a exclusividade ou a novidade, mas sim, a forma
como se reinventam as possibilidades do que se tem na vida!
Olá Daniel, senti sua falta na reunião sábado, vou fazer o mesmo comentário que da última vez, eu li e gostei, mas foi como um soco no estômago rsrsrsrs,bjs
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