terça-feira, 5 de julho de 2011

Trigêmeos

Havia chegado a hora. Um corre-corre, diríamos “normal” em momentos como aquele, tantas vezes vivido. Entravam, na sala de parto, os envolvidos. O que não poderiam supor é que, antes mesmo de começarem os procedimentos, quando todos se deram conta da situação, o primeiro já tinha nascido. “Foi muito rápido”, diziam. “Quando percebemos já tinha acontecido”, retrucavam outros. A verdade é que nasceu!
Mas não acaba aí a história! Há mais por vir. A respiração ritmada impõe o tom dos trabalhos. Lá vem mais um... todos preparados. Dentro dos conformes, a sucessão dos fatos flui na tranquilidade do esperado. É possível ter certeza do que se faz ali e, permitindo-se aproveitar cada segundo daquele milagre, o segundo surge. Limpam-no, colocando-o ao lado da mãe para eternizar o instante na foto com flash.
Sabia-se, de antemão, que o serviço não acabara. Todos na expectativa e nada... Esperavam, esperavam, esperavam... A angústia assaltava a uns, o temor se interpunha entre outros. Uns poucos (mas poucos mesmo) usavam da paciência. Sussurros para cá, movimentos para lá. Olhos atentos para ver a decisão dos responsáveis. Um encontro de afoitos, nervosos, tensos, desatentos, despreocupados. Uma sucessão de pessoas no ambiente a aguardar que viesse o último “rebento”. Quando não tinha mais jeito, eis que surge.
Agora, a mãe, a senhora Vida, vai bem. E coube ao pai, o senhor Tempo, a incumbência de registrar os filhos. O primeiro chamou-se Passado, Presente o segundo e ao terceiro deu-lhe o nome de Futuro.

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