Sabe quando você se arrepende de algo que depositou na conta da inocência achando que era, no mínimo, inofensivo, mas que se transforma em rota de colisão e quando se dá por si, já entornou o caldo? Pois então. O que fazer? Justificar os atos que você continua achando que são ínfimos e que não iriam dar movimento algum em nenhuma parte da sua vida? Ou reconhecer que houve, apesar da visão sem maldade, um erro da sua parte?
Na atual conjuntura, em mim não resta a menor dúvida: devo dizer que errei não tomando como referência atos que não cometi, mas errei por me esquecer de que vivendo e convivendo somos parte de um conjunto.
Razão pela qual abri mão de lhes escrever hoje outro texto, motivado por uma observação corriqueira, para dar destaque às reflexões dos erros que cometemos mesmo sem querer.
Fui solapado pela minha inocência e insegurança e acabei resvalando na tolice. Na tolice do não dito, na mal focada luz do apagado no tempo, na sombra das minhas frustrações. Permito-me, agora, extravasar essa agonia, não para justificar os dois adjetivos postados (inocência e insegurança), mas para meditar, através do ofício do discurso revelado, sobre as besteiras que fazemos sem necessidade. Réu confesso não de transgressões, mas de omissões, entendo que ao abrir uma lacuna de silêncio podemos criar “monstros” inexistentes. E a pergunta que permanece é “quem os aniquilará?”
Desculpo-me publicamente pela minha insensatez que pode matar tanto quanto a estupidez. Ambas, não só pela rima, mas pelas consequências, são candidatas a agravar belos espetáculos de vida. E para não correr este risco, lanço-me na tarefa de dizer “que besteira eu fiz (ainda que não a julgando como tal) e que quase pôs a ruir o valor do que vivo. Por onde anda a lucidez (mais uma rima pobre) da segurança e da certeza da verdade que em nós habita? Salvem-me, ó palavras que engendro na mente e pulverizo no som da voz. Salvem-me de minhas escorregadelas a fim de que eu seja absolvido a partir de mim mesmo, sem martírios e sem pecados.
Acredito que o simples fato de reconhecer o erro já é um grande passo para o perdão e desculpar-se, mesmo não sendo algo que se faça com frequência também tem lá seu grande significado. Somos seres humanos passíveis do erro e donos do perdão. Belo texto!
ResponderExcluirMiles de gracias.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=zWoM_gGGNB0
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