Mais
uma vez, tropeçando nas frases que me dão sobressalto, vejo-me
atropelado pelo algoz dono das areias que escorrem nas âmbulas
(nossa, que retórica!!!) transparentes da existência. Estava eu,
facebookiando nas mensagens dos amigos quando, não mais do que de
repente, deparei-me com o alerta de uma linda flor no Brasil nascida
que dizia “a hora não espera”. Pronto. Empaquei!
Fazemos
força para tentar freiar os ponteiros do relógio quando as coisas
vividas são agradáveis e dão prazer na mesma medida em que
buscamos acelerá-los se o que nos sufoca parece não ter fim, lá
vamos nós!
Ô
insatisfação nata! Bem não consegimos desfrutar de um e, menos
ainda, suportar o outro. Tudo isso sem contar o número de vezes em
que mal percebemos a diferença entre as horas fluidas e serenas e as
arrastadas e movediças.
Longe,
muito longe, de uma possível caracterização ou estabelecimento de
traços marcantes, o tempo é ardiloso e se disfarça para deixar que
nos emaranhamemos nele. E quando menos esperamos, záz... a dor de
cabeça busca os motivos para justificarem o ganho ou perda de tempo.
Se
repararmos direitinho, essa é a eterna luta dos homens: a todo
momento arquitetam explicações para a fugacidade ou para a lerdeza
da vida. Mas com uma coisa temos que concordar: a hora não espera mesmo!
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