Há os que olham um dia encoberto como
sendo a tristeza das possibilidades. Mantêm-se tão fechados, como o
próprio entorno, a anunciar algum iminente temporal. Assustam os que
observam, criam tensões ao redor, provocam movimentos de busca de
proteção. Cansam-se e fazem cansar. Enfim, significam somente o
prenúncio do cabisbaixo tempo. Outros, por sua vez, nem mais
otimistas, nem menos derrotistas, entendem que, para além das
amontoadas nuvens, existe uma imensidão celeste, intocada e clara.
Aferram-se a esta certeza e espalham a crença na espera de que o pardacento dia não persistirá. Nada permanece da mesma forma ad
aeternun.
Escolher
o lado em que se passa a frequentar dependerá exclusivamente do
“tempo” que dentro de si se reconhece. Algumas vezes, deixando-se
levar pelo maremoto dos “nublados”, outras tantas filiando-se aos
adeptos do céu puramente azul.
Sem
haver certos ou errados, tudo não passa de passos a serem dados em
uma direção ou em outra: Se o que persiste no caminheiro é a
dúvida, provavelmente se antevê o lado que selecionou (céu cinzento). Por sua vez,
se na trajetória se escolhe a passada mais firme, do mesmo modo,
antecipa-se a resposta (céu aberto).
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