terça-feira, 18 de setembro de 2012

Da série "Pelas ruas" - 2


Um sério defeito que tenho (dos inúmeros que não me atrevo a listar) é estar mais ensimesmado do que de olho no mundo. E assim foi... caminhando “cá comigo, meus pensamentos” quando, ao dobrar a esquina, num movimento mecânico, “trupiquei” com a afoita e rápida guria que no susto do supetão só disse “uiu!”
Ela nem ia muito parar para me dar trela e nem ao menos satisfação do tropeço. E quase a espera da famosa frase “Pô, tio, não olha pra onde anda, não?”, aguardei no vácuo do silêncio incômodo nenhuma resposta ou retrucada.
Era ela a Menina-Surpresa (seu nome) que nos momentos mais inesperado aparece e “buuuuuu” nos assusta. E o coração acelera não por ser feia ou desforme.... ao contrário... pode até mesmo ser bela e jovem. O que acontece é que somos retirados da zona de conforto assim de golpe. Não é a Surpresa que nos assalta, somos nós mais distraídos ou acostumados com o entorno linear que esquecemos de, avant-gard, estar mais a espera de que as situações mudem. Refeito, aprumei-me e segui o caminho.

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