terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Jogadores no tempo
O olhar mais aguçado não é o que busca os detalhes para formular as críticas, é sim aquele que pelas lentes da presteza e da coragem encara seja o que for. Estive a observar, no horizonte, uma pequena e alongada nuvem que se movia no seu ritmo segundo as condições atmosféricas de onde se encontrava. Logo imaginei: “Em quanto tempo pode ela chegar até aqui?” Nem a expectativa de ver atendidas as minhas especulações foi suficiente para que eu pudesse esperar a sua chegada. Perdi, então, naquele momento, a chance de observar as modificações que o sabor do vento transforma. Somos assim também com relação aos homens e somos muito mais severos ainda quando tratamos de nós mesmos. Se, claramente, percebemos as formas e no tempo de nossas exigências conseguimos enxergar, ótimo! Deixamos correr solta a formulação das ideias e não hesitamos em construir valores e conceitos. Entretanto, se somos ameaçados, no menor das impossibilidades, aí então dispersamos e dispensamos a oportunidade de crescer. A conclusão que, inevitavelmente, podemos chegar é a de que vilão não é a areia do tempo que escorre. Saibam, pois, que a grande opressora nesta história é a nossa intolerância que joga conosco pacientemente diante do tabuleiro.
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