quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Original

Quem foi que disse que tenho que ser sempre original? Essas expectativas não vêm daqueles que buscam para as suas próprias vidas as relações do que escrevo. Não são também os que criam imagens a partir do que produzo que o fazem! Quem mais, então, poderia supor que há que se ter um cunho de ineditismo tão sacralizado nas ideias de minhas linhas?
Os que me seguem poderão encontrar algo jamais pensado, mas sem a necessidade de ser absolutamente extraordinário.
Qual a regra imposta para que meu texto seja sempre uma gigantesca surpresa?
Não restaria nem para a existência e muito menos para o tempo a oportunidade de construírem a história, pois se somente o não-revelado fosse o único a ser valorizado, o que fazer com todas as páginas registradas da humanidade? Pobre Platão, diria eu!
O que chamam de invento não é um isolado conceito de acontecimento, mas sim a capacidade de reviver de forma diferente o que fora posto por outrem. Dito de outra forma, para que não me acusem de confuso, é tomar para si o já criado e forjá-lo novamente.
Do plágio à reinvenção, tudo é possível, mas o que realmente importa é o conforto de quem modela as palavras e o prazer de quem entra em contato com o resultado dessa manifestação.

2 comentários:

  1. È ótimo sabê-lo liberto das amarras da genialidade e do ineditismo, sem as cadeias que a muitos fazem buscar sofregamente uma centelha de brilhantismo que talvez nem sempre esteja à disposição. Folgo ainda com vê-lo pronto a enunciar coisas que,talvez de tão óbvias, há muito já tenham sido esquecidas, pois é delas que se compõem as grandes verdades. Um forte abraço nesse 2011.
    Fernando Pita

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  2. Obrigado pelos comentário, Pita... Forte abraço, amigo... que seu 2011 tb seja de muita paz... Saludos míos...

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