quarta-feira, 15 de maio de 2013

Luz e sombra


Há os que chamam aquilo que se projeta no chão – resultado da minha interposição entre a luz e a superfície – de sombra. Eu, entretanto, surtado delírio em meus devaneios racionais, intitulo reflexo de mim. Lado menos agradável (talvez) de se ver ou de se reconhecer, mas parte integrante do que me constituí na íntegra. Não seria eu, se não houvesse ambas as partes (a agradavelmente instaurada e a escarnecida aconselhada a ser olvidada). Mas enquanto elas martelam minha mente, como esquecê-las?
Nada, a princípio, do que me conforma pode me denigrir ou envaidecer a ponto de rechaçar para o canto sombrio de um conceito arraigado e entendido como nefasto. Nada! Nada de mim poderia ser extirpado ou enaltecido pura e simplesmente devido às solicitações. Convivo com a sombra que meu corpo projeta com o objetivo precípuo de me compreender um pouco mais.
Tarefa hercúlea esse tal ensimesmamento.

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