Há os
que chamam aquilo que se projeta no chão – resultado da minha
interposição entre a luz e a superfície – de sombra. Eu,
entretanto, surtado delírio em meus devaneios racionais, intitulo
reflexo de mim. Lado menos agradável (talvez) de se ver ou de se
reconhecer, mas parte integrante do que me constituí na íntegra.
Não seria eu, se não houvesse ambas as partes (a agradavelmente
instaurada e a escarnecida aconselhada a ser olvidada). Mas enquanto
elas martelam minha mente, como esquecê-las?
Nada, a
princípio, do que me conforma pode me denigrir ou envaidecer a ponto
de rechaçar para o canto sombrio de um conceito arraigado e entendido
como nefasto. Nada! Nada de mim poderia ser extirpado ou enaltecido
pura e simplesmente devido às solicitações. Convivo com a sombra
que meu corpo projeta com o objetivo precípuo de me compreender um
pouco mais.
Tarefa
hercúlea esse tal ensimesmamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário