quarta-feira, 17 de abril de 2013

Questão de tempo


Fosse eu dar crédito ao que me definem como tempo, estaria morto. Estaria mais atolado na perseguição dos ponteiros do relógio. Mais ainda do que já ando!
O que configura um calendário não pode ser os dias que transcorrem e, muito menos, a sucessão dos fatos numa linha – imaginária – temporal. Estivesse restrito a isso, eu sucumbiria mais rápido do que os anos que já vivi.
Recuso-me a me aferrar a esse grilhão. Não estou propondo romper as barreiras convencionadas pela espécie dos meus pares, ou seja, a humanidade. Porém, verdade seja dita, tempo é uma invenção do bicho-homem.
Se entender o que vim fazer neste mundo levar uma década, um século ou até mesmo um mísero segundo, o importante não terá sido o tempo que “gastei” para chegar à conclusão, mas sim a qualidade do resultado daquilo que encontrei.
Afoguem-se na angústia, senhores, pois afinal de contas, todos nós, em medidas diferentes, mergulhamos nela. Tudo dependerá da profundidade que se quer e que se poder ir. Sem escafandro ou com as aparelhagens as mais modernas, o que conta é o risco da submersão.
Isto é o tempo! A capacidade de reserva de ar que se tem para o mergulho... na vida.

Um comentário:

  1. Nunca tinha pensado assim! Não vou concordar completamente, é claro, senão não sou eu, mas o texto está "queimando" meus neurônios! Hehehe! Belo texto!

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