Fosse eu
dar crédito ao que me definem como tempo, estaria morto. Estaria
mais atolado na perseguição dos ponteiros do relógio. Mais ainda
do que já ando!
O que
configura um calendário não pode ser os dias que transcorrem e,
muito menos, a sucessão dos fatos numa linha – imaginária –
temporal. Estivesse restrito a isso, eu sucumbiria mais rápido do
que os anos que já vivi.
Recuso-me
a me aferrar a esse grilhão. Não estou propondo romper as barreiras
convencionadas pela espécie dos meus pares, ou seja, a humanidade.
Porém, verdade seja dita, tempo é uma invenção do bicho-homem.
Se
entender o que vim fazer neste mundo levar uma década, um século ou
até mesmo um mísero segundo, o importante não terá sido o tempo
que “gastei” para chegar à conclusão, mas sim a qualidade do
resultado daquilo que encontrei.
Afoguem-se
na angústia, senhores, pois afinal de contas, todos nós, em medidas
diferentes, mergulhamos nela. Tudo dependerá da profundidade que se
quer e que se poder ir. Sem escafandro ou com as aparelhagens as
mais modernas, o que conta é o risco da submersão.
Isto é o
tempo! A capacidade de reserva de ar que se tem para o mergulho... na
vida.
Nunca tinha pensado assim! Não vou concordar completamente, é claro, senão não sou eu, mas o texto está "queimando" meus neurônios! Hehehe! Belo texto!
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