terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Libertas inaestimabilis res est


Se, um dia, às minhas palavras lhe impuserem deixar de ser sugestão. Se, no futuro, colocarem-nas contra a parede da razão. Afirmo de antemão: Deixarei que a pena descanse em paz, pois que outra serventia teria para mim se cerceassem a condição de toda coisa existente ser criada e deixá-la no entre-claros dos meus anseios?
Não se trata da apologia do insondável e muito menos a valorização do mistério implacável. O pleito reside na necessidade vital de manter a possibilidade dos diversos diálogos entre mim e todos os demais. Não há uma, nem duas. Quero-as todas as chances de recriação.
Imagine, atarefado companheiro, se me obrigassem a dizer no viés da compreensão alheia tudo o que em mim salteia? Criar-se-iam dilemas retumbantes entre o que penso ser para o outro a visão e o que entendo eu de mundo. Olha o frejo formado!
Em poucas e sorrateiras palavras, digo não aos que exigem de mim clareza, pois resta a questão: Claro para quem, meu irmão?

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