terça-feira, 21 de agosto de 2012

AUTORES


Torno pública a notícia aos que me leem, que não sou o único responsável pelo que de minha pena nasce. Se o que dou vida é singelo, certamente provém das vozes dos céus que cultivo. Entretanto, em parecendo nefasto o que expresso, advém do que compartilho com o breu que em mim também habita.

Sim! A mais pura verdade. Uma vez humano, vivem em mim luz e sombra, que longe de serem culpadas da co-autoria de minhas linhas, são o respaldo daquilo que sou. E, nas bifurcações que me angustiam, elas não se anulam. Ao contrário, complementam-se denotando de forma mais objetiva ainda a configuração de mim mesmo.

Eis que aqui estou, vitral das cores quentes e frias, primárias, secundárias e tantas outras vezes terciárias (o cúmulo – e acúmulo – das misturas). Mosaico este que a uma certa distância permite ao observador distinguir o desenho que de perto, bem de pertinho, é quase indecifrável. Ainda bem que é “quase”. O que revela, então, a possibilidade de interpretação. Levará tempo, não resta dúvida. Escoará mais e mais areia nessa ampulheta da vida, mas haverá sempre a tentativa de me entender. Sigo!

2 comentários:

  1. Nossa!!! Estás muito inspirado!!! Fantástico!!! Sabe que lendo esse texto seu pensei num autor que eu gosto muito: Camilo Castelo Branco. Você tem alguma influência da Literatura Portuguesa? Bravíssimo!!! Estou emocionado!!! Parabéns

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  2. Caminhando sempre como nos é ensinado, gostei das linhas que conjugaram este caminhar! Bjkas

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