Saltavam,
a rodo, as palavras produzidas pelo percurso do fluxo de ar que fora
expulso pelo diafragma e fizeram, neste movimento, vibrar as cordas
vocais. Foi daí que me dei conta que quanto maior o número de
coisas que eu digo, num atropelo de frases, sem respirar, faz com que
as pessoas não perturbem o meu silêncio.
Receita
aparentemente complexa, mas de uma linearidade ímpar: quanto mais eu
falo, menos me perturbam na tranquilidade de mim mesmo e posso
desfrutar do estado de paz, pois, afinal, o mundo quer ruído,
enfrentamentos e conquistas.
Deixai
(digo aos meus eus) que outros tantos continuem como bem entendem e
buscai a harmonia de vossos encontros no mesmo ponto de ser muitos e
um só ao mesmo tempo. E que me acusem de devaneio ou fora-do-prumo.
Que mais dá? Arrefecem as dores neste consolo de descobertas das
possibilidades e escolhas das melhores práticas. P'rá quem? P'rá
mim, oras!