terça-feira, 27 de novembro de 2012

Complexamente simples

Quando a felicidade lhe surpreender sem que você entenda os motivos, não busque as causas para não afugentar a espontaneidade e a liberdade de “ser por ser”. Quando a dor ou a tristeza lhe visitarem sem aparente explicação, não tente entendê-las e não especule sobre nada para que elas se esvaiam e desapareçam da mesma forma como vieram ou surgiram. Quando o tempo lhe sufocar, não se cobre cumpri-lo mais do que é humanamente possível ser feito, porque é entre as paredes do limite do tempo que é feita a vida. Quando o vazio das ações parecer preencher o seu dia, não coloque no suposto espaço oco o que quer que seja, pois mais a frente você poderá notar que aquele lugar estava sendo reservado para algo mais importante.
Em suma, não são as elucubrações que resolvem nossos incômodos, até porque muitos deles são sensações desconhecidas que nos colocam na exigência das explicações.
E quem foi que disse que para tudo devemos ter lógica, causas ou consequências visíveis? Viver é tarefa tão simples que se torna complexo demais aceitar.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Hoje

Você talvez não saiba exatamente o que é Kali Yuga. Pode até desconhecer quantos anos cabem nessa contagem de tempo que mede as Eras do calendário hindu. Mas, certamente você reconhece os tempos difíceis e complicados que estamos vivendo. De quantas pessoas você já ouviu a frase “Nossa! Este ano a coisa 'tá' braba!”?
Mas saiba que isto não é uma exclusividade sua e nem o único acontecimento na humanidade. Conseguiríamos imaginar um homem do medievo tecendo outro comentário que não fosse esse? E quando estouraram as Guerras? A afirmativa foi outra?
Em poucas palavras, a dificuldade de viver está no simples fato de estar vivendo. Pode parecer uma assertiva tola, mas absolutamente verdadeira.
Tal reflexão não tira o entendimento de que este ano 'tá' brabo mesmo!
Anunciado há algum tempo por diversas religiões e “revelações” extrassensoriais, o mundo passa por grave crise de caráter que esbarra em questões sociais mais amplas. Aquilo que nossos irmãos orientais chamam de “karma coletivo” e que vimos representar metafórica ou simbolicamente nas cenas do dilúvio, em Sodoma e Gomorra, na Batalha dos Pandavas, e tantas outras histórias contadas de geração em geração.
O fato é que a tensão está no ar. Somos desfiados constantemente e exigem de nós (quem exige?) um jogo de cintura que se renova todas as vezes em que resolvemos alguma pendência. Quando o ar que exalamos de “Ufa, venci” acaba, parece que imediatamente a respiração seguinte simboliza “caraca, de novo, lá vou eu!!!!!!”
Nossa!!!! Quantas cabeças estão balançando agora concordando com meus cometários! Pelo menos não estou tão estratosférico assim nos meus devaneios. Estou?
A pergunta que se segue à concordância das observações deve estar sendo: “E aí? O que fazer?” Desculpem a “tortez” da resposta, mas é um simples viver. E durmamos sem um barulho desses!